sábado, 28 de setembro de 2013

distração.

Por hora só queria um café. Sentar em alguma mesa de frente a alguém distraído. E reparar nesta distração detalhadamente... Queria observar o  movimento das mãos e a suavidade daquela pessoa ao levar o café até a boca... os lábios retraídos pelo calor e a mente dispersa em algum canto que jamais saberei qual é.
Eu vejo o cabelo desta pessoa escorregando delicadamente pelo pescoço e o blues que toca ao fundo deixando a cena mais emocionante. Tomar um café reparando na distração alheia pode ser a minha fuga diária.


Um comentário:

Poética, Márcio Ide disse...

Aos olhos alados a vida é um espetáculo inacreditável.

Todas as pessoas por vezes param para tomar um café. Descem da viagem alucinada e repousam um pouco. Primeiro, disfarçadamente, às vezes estralam os dedos do pé, com o aperto dos sapatos. Em vezes mais especiais se perguntam: porque estou com pressa? Às vezes respiramos, e damos conta que respiramos: puxa, pelo amor da vida, eu estou respirando! Com todo o direito vou respirar um pouco. Vou esperar o café esfriar no ponto que eu mais gosto do calor. Vou esquecer essa moça que está disfarçadamente me observando, e vou ficar numa boa, mesmo que ela me olhe. Ela olha com bons olhos. Ai, ai, meu amor, cadê você. Cadê você meu amigo, que está longe, que faz dez anos que não vejo, ou que faz duas horas que não vejo, ou dez minutos atrasado. Eu sorrio pra ti, meu amigo, meu amor. Puxa, chegou o café. O que será que essa mocinha delicada está pensando? Ela é muito meiga, eu confio nela. A alegria inocente dá tanta esperança. Vamos lá, o café esta no pontinho. Vamos? =)