terça-feira, 7 de janeiro de 2014

sentido.

Na busca desenfreada por mim mesma
parei um minuto para respirar,
olhar pra trás e decidir que qualquer escolha neste momento
fará sentido. Para quem está perdido,
qualquer luz é bem vinda.
No tormento incessante de meus pensamentos
mal consigo ouvir o que a vida há muito tempo tenta me dizer.
Mas estou seguindo em frente...
Seguir em frente é o que sempre me restou...
e vai fazer sentido.


Um comentário:

Poética, Márcio Ide disse...

Alyne, esta é uma tradução de Rilke, de um de seus maiores poemas, que eu traduzi diretamente do alemão, usando a tradução de Carneiro Leão e de Augusto dos Anjos, buscando ultrapassar estes grandes estudiosos brasileiro e português, sendo lindo comentário dos renomados ao seu singelo e meigo verso.

A vida e a poesia é muito de uma sagrada brincadeira de existir e amar. Divirta-se sempre puramente como agora, neste poema teu.

abs!

Márcio

Os Sonetos à Orfeu, II, 29. [Die Sonette an Orpheus]

Rainer Maria Rilke


trad. Márcio Ide, Lis Stela e Ar Vestal (base: original alemão e trad. de Carneiro Leão)

à Amada e ao Amigo sensível, esta tradução.


Amigo do Silêncio e dos Longes, Sente,
como a tua Respiração amplia o Espaço.
Por esta Armação do escuro Carrilhão soante.
E no Sino ressoa. Do que enfraquece o passo

faça Alimento que te faça mais forte.
Seja esta caminhada tua Transformação.
Qual tua maior vivência da Dor, coração?
Se o beber te é tão amargo, em vinho te verte.

Por entre os Instantes desta Noite de Excesso,
Seja o Fascínio da Encruzilhada dos Sentidos,
neste assombroso Encontro do Sentido.

E se o que é da Terra te esqueceu, te peço,
diga para a silenciosa Terra: Eu vou.
Fale já para a murmurante Água: Eu sou.


Campinas, (?)2012-(16-4)2013.